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  • Foto do escritorCabelinho

OBRIGADO MR. ROGER


Reza a lenda que um esportista morre duas vezes. A primeira dela quando se aposenta. O fato é que atletas de alto rendimento dedicam uma parcela de sua vida ao esporte. Quando resolvem se retirar, muitas vezes acabam se sentindo perdidos e sem função. Não acredito que a lenda Roger Federer vá ficar sem função mas acredito que o Tênis esteja vivendo um pouco de luto com a sua retirada.


Federer surgiu no tênis em um momento aonde referências como André Agassi e Pete Sampras ensaiavam suas despedidas. O livro de Agassi inclusive é sensacional e fala muito sobre o quão difícil é chegar ao topo, mas também se manter, em um esporte individual, de alto nível e com variáveis um tanto quanto complicadas. O Tênis existe muito fisicamente, mentalmente e os treinos a longo prazo são altamente cruéis com o corpo do atleta, principalmente pelo esforço repetido.


Mas voltando a Roger, ele mostrou para o mundo um novo estilo. Não fazia tanta força para jogar, parecia que todos os seus movimentos eram perfeitos e não demorou muito para começar a dominar o esporte. Vencia seus jogos em sua maioria com facilidade e logo se tornou o número um do planeta, vencendo torneios e encantando a todos com sua técnica e forma de jogar.


Foram 20 Grand Slam, mais de 100 titulos, 310 semanas em primeiro do ranking e um legado incrível. Essa semana ele se despede do esporte em um torneio comemorativo chamado Laver Cup. Deve jogar uma partida de duplas ao lado do seu maior rival, Rafael Nadal. Despedida que tenho certeza que será emocionante.


Falar em Federer obrigatoriamente nos leva a falar em Rafael Nadal. Se o suíço era o super-homem do tênis para a maioria dos seus fãs, o espanhol surgiu como uma kryptonita. Aos poucos foi se tornando o mais forte adversário de Federer e conseguiu acabar com a hegemonia do mesmo.


Nadal mostrou ao mundo que Federer era humano. Chegou a fazer o suíço ir as lágrimas com uma vitória no Australian Open. Foram 40 confrontos, algumas partidas que foram consideradas como melhores de todos os tempos e ao final Nadal acabou com 24 vitórias contra 16 de Federer. Curiosamente as duas últimas partidas entre ambos foram nos seus maiores terrenos Roland Garros com vitória de Nadal e Wimbledon com vitória de Federer.

Mas o mais bacana era a cordialidade e o respeito entre ambos. O Tênis já é um esporte considerado diferente. Você não vê um tenista brigando com juiz por algum lance discutível (salvo exceções, como Nick Kyirgios e Fabio Fognini). Mas Federer e Nadal deram um exemplo ainda maior de civilidade e desportividade.


Federer agora vai cuidar dos seus quatro filhos e com certeza trabalhar para popularizar ainda mais o Tênis. Ao final 2021 acabará sem dois dos maiores tenistas de todos os tempo. Roger Federer e, pra mim a maior de todos sem pensar em gênero: Serena Williams.

Cabe a mim como fã do esporte e fã de Federer agradecer. Pelo que fez nas quadras e pelo amor com que levou o tênis para todos os cantos do planeta! Obrigado Roger. O Tênis fica sem um dos maiores mas o legado deixado por ele seguirá com certeza!




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